Desenvolvimento do Projeto

O Projeto i9Atlântico surge em contexto escolar e visa, essencialmente, colmatar a necessidade premente de inovação pedagógica que existe nos estabelecimentos de ensino que pretendem estar “na linha da frente” pela procura do sucesso escolar.

Ora sendo a educação um ato com vista ao futuro, num mundo onde os saberes se multiplicam sem cessar e a validade do conhecimento se torna cada vez mais efémera, nenhum indivíduo consegue apoderar-se de todos os conhecimentos e muito menos mantê-los atualizados”. (Cachinho, 2012)

Em linhas muito gerais, o projeto concretizar-se-á no desenvolvimento de uma disciplina não curricular em oferta de escola, tendo por metodologia de base o denominado Problem Based Learning (PBL).

O ano experimental do projeto decorrereu no ano letivo 2013/2014 e foi aplicado nas turmas do 6º e 9º ano de escolaridade, com uma frequência semanal de 60 minutos. Desde então o projeto tem vindo a crescer sendo aplicado no ano 2017/2018 em todas as turmas do 6º, 7º e 8º ano de escolaridade.

Espera-se com este projeto desenvolver nos alunos um conjunto de competências, tendo por base o modelo de “aprendizagem experimental” de C. Coles e referido por Pinheiro (2008). Este modelo de aprendizagem experimental pressupõe a motivação para a aprendizagem decorrente da utilização de material profissional relevante; o desenvolvimento da capacidade de tomar decisões; a aquisição de conhecimentos; a tomada de consciência da complexidade dos problemas do mundo real; o desenvolvimento da capacidade de autoaprendizagem; o desenvolvimento da capacidade de resolução de novas situações; o desenvolvimento de pensamento global; a motivação para a aprendizagem, resultante das vivências pessoais e o desenvolvimento de espírito crítico.

O projeto comtempla duas fases distintas, sendo sempre suportado metodologicamente  pelo  Problem Based  Learning e por um conjunto de atividades e recursos previamente elaborados e estruturados. Na primeira fase, prevista para o primeiro período e parte do segundo, serão fornecidos aos alunos um conjunto de problemas das mais variadas temáticas (culturais, económicas, sociais, escolares, etc.) para os quais, os diferentes grupos de trabalho, terão que apresentar as soluções que considerem mais pertinentes. De salientar que na conceção dos problemas ter-se-á em atenção a idade e a realidade dos alunos, que desenvolverão os diferentes problemas. Na segunda fase do projeto os alunos deverão identificar um problema que considerem importante e apresentar uma ou várias propostas de solução para esses mesmos problemas.

Para a resolução dos diferentes problemas os alunos terão a liberdade de realizar pesquisas, estabelecer parcerias, elaborar contactos com instituições públicas ou privadas, organizações não-governamentais, personalidades individuais, etc.

O projeto será estruturado e concretizado no denominado “Manual – i9Atlântico” que comtempla toda a parte teórica do projecto como a introdução metodológica; conceitos teóricos e competências a desenvolver; atividades de motivação ou dinâmicas de grupo; problemas a resolver; registo de resultados etc.

No início do ano letivo será apresentado aos alunos o projecto, bem como todas as regras pelas quais esta metodologia se rege. Considera-se importante realizar atividades de motivação e dinâmicas de grupo práticas para que os alunos melhor percebam o teor e a “alma” do que lhes vais ser pedido ao longo do ano letivo. Com o objetivo de responsabilizar e “prender” os alunos ao projecto, ser-lhes-á apresentado um contrato de regulação do projeto que será outorgado pelo professor, aluno, encarregado de educação e direção do colégio. A construção dos grupos de trabalho, e eleição do porta-voz e secretário de cada um dos grupos seguirá também um conjunto de regras e atividades previamente estruturadas pelo docente responsável pela disciplina.

A avaliação do trabalho desenvolvido pelos alunos é também um ponto importante do projeto. O processo de avaliação será composto por várias fases e intervenientes sendo, desde logo, os alunos chamados a avaliar os seus colegas de grupo. A avaliação será realizada no final de cada período e terá um cariz qualitativo e quantitativo sendo que 30% da avaliação será realizada pelos colegas de grupo e 70% pelo docente responsável pela disciplina. Está, ainda, prevista a realização de uma prova escrita em cada um dos períodos do ano letivo.